quinta-feira, 6 de novembro de 2008

9º DIA – 12/07/2008 – 06:59 – SAÍDA – CALETA OLÍVIA - SABADO

Hodômetro: 47.174 km.
Caleta Olívia: El Hueso Perdidos
Rio Gallegos: Austral Apart Hotel
Quilometragem feita de Caleta Olívia a Rio Gallegos: 47.901 - 47.174 = 727 km

De Curitiba a Rio Gallegos: 47.901 - 42.919 = 4.982 km

Acordamos às 06h00. Ô banheirinho ruim! É um quadrado de 1mx1m; nem isso! Tudo bem se não tivesse cortina de plástico; porque a gente se molha, molha a cortina e ela fica grudando na gente. Aí tem que colocar a cortina pro lado de fora do quadrado pra não grudar. Aí... molha o banheiro. Aí... tem que enxugar. Por isso que tem um rodinho no banheiro. Tudo bem, de novo, se não fosse apertadinho e desse para passar o rodinho. Para caber o rodinho tem que passar de "fianco" (de lado), daí só pega a pontinha. O chuveiro é outro show à parte: sai água até para cima, parece aquele show das águas luminosas. Mas, todos se salvaram. Conseguimos tomar banho. Agora vamos arrumar as coisas, descer e dar o fora daqui.
Saímos às 06h59min. Cacilda! Não tem placa mesmo! E o povo não sabe dar informação! Levamos meia hora para sair de Caleta Olívia, e ainda pelo lado errado. Não conseguimos achar a Rota 3 saindo direto da cidade. Pegamos uma estrada até Cañadon Seco e de lá, uma estrada de rípio até achar a Rota 3 de novo. E o pior é a escuridão. Só nós e Deus nesta estrada. Andamos, mais ou menos, 12 km. Agora estamos na Rota 3, às 07h49min. Falei pro João: "Vira à direita, senão vamos para Caleta Olívia de novo". Ninguém quer voltar para lá. Na volta, vamos ficar em Puerto Deseado.
São 08h43min e nada de amanhecer. A estrada não tem marcação nenhuma. Às 08h50 encontramos os primeiros montinhos de neve; já viraram gelo. Saímos do carro para tirar foto. O João avisou a Mehl para não correr e, adivinha? Quando ele virou ela já estava correndo e escorregando no gelo que tinha no acostamento. Ainda bem que não caiu. Agora que está começando a clarear.
Às 09h45min passamos em Três Cerros. Achamos que era, pelo menos, uma vilazinha. Que nada! A gente entra, vê um posto policial, em seguida um hotel, um restaurante, o posto de gasolina com telefone e um parquinho. Acabou a vilazinha. Engata a 1ª marcha e na 1ª, mesmo já está fora. O João filmou a "cidade". Agora são 09:58, com 4ºC, lá fora. Próxima parada Puerto San Julian. Descobrimos que em alguns postos eles só colocam até $100,00 (pesos argentinos) de gasolina. Não podem colocar mais. Então, é melhor não rodar com menos de meio tanque. O João viu alguns animais e disse ser lhamas, eu falei que achava que, nesta região, não tem lhama, pode ser cervo ou veado. A Mehl também viu alguns e disse que não era veado. O pouco que vi, pois vi de relance e de longe, disse que não era lhama, pois a lhama é mais peluda. Agora estamos procurando para ver se achamos mais. Não achamos. Só ovelhas. Perguntei para o João se ele sentiu diferença no pneu depois que ele aplicou o spray, mas esquecei que ele não dirigiu ontem quando a pista estava escorregadia, em Comodoro Rivadávia, eu que dirigi. Parecia que estava patinando no gelo.
Descobri que o nome dos veadinhos são guanacos. O João resolveu não parar em San Julian. São 11h05min, mais uma hora e estaremos em Comandante Luís Piedra Buena. Tiramos foto no Rio Chico e logo adiante vimos uma carreta capotada. Paramos num posto em Comandante Luís Piedra Buena às 12h00. Abastecemos e compramos dois sanduíches, Sprite, iogurte e bolacha. Este foi nosso almoço. Agora são 12h40 e estamos na estrada de novo. Rumo a Rio Gallegos (pronuncia-se gajegos). Tirei foto do Le Marchand, parece ser uma pousada (muito bonita, por sinal). O João falou que a neve e a vegetação, às vezes, parece sorvete napolitano (onde ele está vendo o rosa, não sei) e às vezes, parece bolacha negresco.
A máquina fotográfica da Mehl foi pro espaço. Ela pediu pra eu colocar um carregador no isqueiro do carro. Eu nem estava sabendo para que era. Coloquei. Era da máquina e ela estava tentando carregar. Aí, ela disse que não funcionava. Até então, não sabíamos o que tinha acontecido.
Finalmente, estamos mais perto. Chegamos em Rio Gallegos às 14h50. Agora, vamos procurar o hotel. Temos três opções. Passamos pelo Covadonga e não gostamos. Vamos procurar o Apart Austral. É neste mesmo que vamos ficar. Começa tudo de novo: vai para o carro, tira as malas, as mochilas, a sacola de comida e água, traz para dentro do hotel, sobe escada e estamos no quarto. Ufffa!! Bem. Já lavei as cuecas, as meias, as calcinhas e os sutiãs. Estão secando no banheiro. Tão quente aqui dentro, por causa do aquecedor, estou tomando até mais água, por conta disto. Lá fora: 4ºC. Já falei com a mãe. Ela avisou que amanhã estará em Curitiba, porque na 2ª-feira, o pai tem médico. Agora vamos descansar.
Não deixamos o João dormir. Tentei enviar um e-mail para a Alba, com fotos, mas não consegui. Aí o João viu que eu estava me batendo, e falou para mandar um e-mail para o Almir, dizendo que, se a Marina tiver Orkut, para procurar João Weege e ver as fotos lá. Aí a Mehl falou pro João que a máquina fotográfica dela não estava carregando, o João foi ver e pelo jeito foi pro espaço mesmo. Parece que queimou só o carregador, mas sem o carregador não vale a máquina. Foi uma “emburração” só. Começou a choramingar que a mãe e o pai iriam brigar com ela; que não era pra ela nem ter trazido a máquina, porque a mãe não queria deixar, porque ela ia estragar... e por aí afora, foi. E eu e o João tentando falar pra ela que nós íamos ver outra máquina, quando voltasse pelo Chuy. Que era pra ela curtir a viagem e não se preocupar com a máquina. Mas não teve jeito.
Là pelas 17h00, nós saímos e fomos passear. Fomos ver a Catedral de Rio Gallegos, tiramos foto do Classe A em frente a ela, igual à foto que tem no Guia O Viajante Argentina. Vimos a Plaza San Martin, passamos em frente ao Cassino, e só não pudemos entrar porque a Mehl é de menor. Daí, voltamos ao hotel, mas antes de entrar, vimos uma loja de calçados. O João comprou um botinão pra ele. Uma Caterppilar (sei lá se é assim que escreve). A Mehl ficou se enrolando, não gostou de nenhuma bota; quando viu uma que agradou, o vendedor ficou um tempão procurando o outro par, lá dentro e não achou. Pediu pra gente voltar amanhã, que até amanhã ele achava. Só que amanhã, vamos sair bem cedo. São 18:18 agora. O João estava na internet e como não está funcionando mais, já ficou irritado e disse que vai dormir até a hora de irmos jantar, às 20h00.
Não conseguimos descansar muito. Saímos às 19h50 e fomos jantar. A hora que abrimos a porta do hotel... Meu!!! Isto é que é frio!!! Nem sei quanto graus estava, mas era muiiito frio. E vento. Fomos ao restaurante indicado pelo recepcionista do hotel, o La Rocca. O João pediu uma sopa e um suco de laranja; a Mehl pediu sopa e coca-cola e eu pedi escalope e água. O João comeu e não estava se sentindo bem, nem comeu direito e só tomou metade do suco; eu acho que o suco de laranja não fez bem. A Mehl tomou a sopa e comeu ¼ do escalope, e ainda rapou o restante do suco do João. Viemos embora com o João passando mal, mesmo. Vamos tentar dormir e ver como ele levanta pela manhã.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

8º DIA – 11/07/2008 – 07h30 – SAÍDA – PUERTO MADRYN - 6ª FEIRA

Hodômetro: 46.646 km.
Puerto Madryn: El Gualicho Hostel
Caleta Olívia: El Hueso Perdidos
Quilometragem feita de Puerto Madryn a Caleta Olivia: 47.174 - 46.646 = 528 km

De Curitiba a Caleta Olivia: 47.174 - 42.919 = 4.255 km

Acordamos às 04h30, porque o João não estava se sentido muito. Eu aproveitei, depois, e fui para o banho, lavar o cabelo. Está muiito frio! Brrrrrrr! Arrumamos o carro e voltamos para o quarto para pegar a Mehl e tomar café. Saímos da pousada às 07h30, passamos no posto para abastecer. O carro fez 10,83 km/l. Passamos a rotatória às 07h45min ainda está noite, noite mesmo. Lá fora: 6,5º, 6º e caindo.
Às 08h15min entramos em Trelew. Mais um baile para sair da cidade. Eles colocam placas de sinalização para s moradores e não para quem vem de fora. Aquele problema: tem várias rotatórias e as placas ficam adiante, onde você já passou da onde queria ir. E numa placa tem a cidade que você quer, na outra não diz mais nada. Ficamos rodando na rotatória como uns tontos. Ufa! Conseguimos ler todas as placas e ir para o lado certo. Saímos da cidade às 08h30. Vamos parar em Uzcudum (isso é nome de cidade que se apresente?). Em Trelew estava 2,5º. Agora, quinze minutos depois, está esquentando um pouco: 5,5º. Agora que está amanhecendo.
São 08h43min e a temperatura está variando entre 05º e 3,5º.
Só agora consegui escrever, nem sei que horas são. Estou dirigindo há 295 km. Passamos por Comodoro Rivadávia, mais ou menos às 12h00. Para ir a Caleta Olívia tem que passar no meio da cidade de Comodoro Rivadávia. Apesar de eu estar no volante, deu para ver que parece ser uma cidade bacana. A estrada estava escorregadia, parecia que tinha sabão. Pra variar, com essas placas que eles colocam depois que a gente já passou da entrada, tivemos que voltar para achar o caminho. Agora estamos abastecendo num posto da entrada de Caleta Olívia. Não pudemos ir ao banheiro; está fechado por falta de água. O jeito é segurar até achar o hotel ou um restaurante. O carro fez 11 km/l.
Já falei que as placas de trânsito são uma piada? Acho que está se tornando repetitivo, mas tenho que escrever isso para não esquecer. A placa que significa “Sentido Proibido” (lá no Brasil seria uma seta para cima com uma faixa enviesada cortando esta seta), aqui é... não sei descrever, só sei que no Brasil significa alfândega. Isso mesmo!! A gente via aquela placa e achava que tinha uma alfândega adiante. A gente descobriu que não era alfândega, quando começamos a ver muitas placas dessas espalhadas pela cidade e os carros dando sinal de luz para nós, ou buzinando. Ah!!! Até parece que o povo aqui é português. Tão mais fácil uma seta cortada significar contramão, do que uma com sei-lá-o-quê no meio!!! Depois de rodar bastante, procurando um hotel, nessas alturas servia qualquer um (fomos em um e não tinha vaga: a moça recomendou um mais adiante; eram cabanas, mas também não tinha vaga). Até parece que esta é uma cidade muiiiito interessante. Não é turística, mas é pólo industrial, também. Tem muitas empresas aqui. Também, que idéia nossa, reservamos hotel até Puerto Madryn só, depois achamos que não precisava mais reservar. Rodamos mais um pouco até acharmos um que tinha na minha lista (El Hueso Perdidos), o segundo. O primeiro acho que não existe mais (Hotel Robert), até tinha propaganda, mas como não tem nome de rua nesta cidade, não achamos. O que achamos foi o segundo que, caraca!!! Que hotel é esse? Estou me sentindo numa daquelas cidadezinhas do México, que a gente vê em filmes. Hotel super-mega-hiper-ultra suspeito. Bem, chegamos à “esse” hotel, mais ou menos às 13:45. Como estávamos cansados, com fome, muiita vontade de fazer “pipi” e sem paciência de rodar esta cidade perdida, ficamos neste mesmo. Fomos ver o “quarto”. Bem, pra chegar no quarto tinha que passar num labirinto, primeiro. Parece que o hotel foi construído aos pedaços. Enfim, vimos o quarto, visitamos o banheiro e descemos para almoçar. Tem um “restaurante” anexo ao hotel. O que deu para pedir, não sem um certo receio, era purê de “papas” (batatas), “ensalada” mista (tomate e cebola) e milanesa de ternera (bife à milanesa). O João ainda não está muito bom da gripe nem do estômago; comeu só um pouco de purê de batata e salada. Eu e a Mehl comemos ressabiadas. Agora estamos no quarto, são 14:29, e só agora trouxemos as malas. Vamos descansar, não tem nada pra ver na cidade, nem bonita é (e com certeza iríamos nos perder de novo, melhor ficar no quarto). Bom, pelo menos tem tv no quarto. E nos deram umas toalhas, também, muito suspeitas. Descansamos um pouco. Levantamos mais ou menos às 17h00. João foi aplicar um spray nos pneus do carro, para não derrapar. Feito isto, fomos até um supermercado, pertinho do hotel, para comprar água, bolacha água e sal, galetitas (uma delícia), achocolatado pronto e gatorade. Esta vai ser nossa janta. Eu não me arrisco a jantar no restaurante, e ninguém tem vontade de sair para ver outro restaurante (se é que tem algum que valha a pena). O João está baixando as fotos no notebook e eu e a Mehl estamos vendo tv. Já fizemos lanche. Bendita chaleira elétrica!! Fiz um chá para o João, que tomou com bolacha, e eu e a Mehl tomamos o achocolatado (a Mehl falou que era horrível; eu tomei e nem é tão horrível assim). Às 20h00 o João perguntou se estava bom levantar às 06h00; prontamente a Mehl respondeu que preferia levantar as 05h00 para dar o fora daqui rápido. É, num hotel que não preenchemos ficha nenhuma... Parece hotel de refugiado. São 20h15min, e já estamos prontos para dormir.